[segunda-feira, janeiro 17, 2005]
Um ano novo com muito espaço no disco rígido
Ou eu tenho azar demais ou péssimos costumes. (Talvez os dois). Já está pela segunda vez que tenho que formatar meu computador em condições críticas de emergência (Nossa, que tautologia.) É, eu rio pra não chorar. Por que dessa vez não deu pra recuperar muita coisa não. Pela primeira vez cheguei a reconhecer como o que eu escrevo me é estupidamente importante, nunca senti um luto tão grande pela perda de algumas páginas de texto. Pra mim, fragmentos irrecuperáveis de momentos de inspiração que jamais retornarão. Por que eu tenho a vida toda para reescrevê-los, mas o momento em que os escrevi nunca voltará, assim o texto jamais será o mesmo. Nessa hora, amaldiçoei a tecnologia e lembrei que pela minha preguiça e excesso de confiança, deixei de imprimir dados preciosos, colocando-os num papel, que foi e sempre será o lugar certo para as palavras. E se fosse só isso, mas não, não foi. Foram-se também músicas, algumas delas com a minha própria voz. Não me perguntem quanto tempo demora pra atingir a nota certa, a equalização perfeita, é muito triste, mas ao menos, cantar ainda é mais fácil. A música é a mesma e a garganta é igual. Nada como o que se perde em palavras. Os jogos que me gastaram felizes horas de escrita no MSN, todos perdidos. E rezo, se eu costumasse rezar talvez, para que alguém ainda os tenha. Só com a Comme foram, não lembro bem, 82 noites de aventura em uma mesma história; e eu sou péssima, terrível para lidar com perdas, em especial a perda de lembranças felizes. Eu não sabia se ainda ia voltar a escrever aqui, nem mesmo cheguei a desejar feliz ano novo. Mas como meu desânimo é completo, e aviso logo, inconsolável, me resta apenas a alternativa de escrever um post, só pra ter a certeza, de que ainda consigo fazer isso.
por Evergreen * 3:45 AM
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