Enfim, um post "normal"...
Finalmente saí da minha fase romântica anuviada. Não que eu não estivesse gostando. Foi muito inspirador e certamente deveria ter escrito mais nesta época. Mas já começava a sentir falta de mim mesma, do meu mau humor intenso e do senso crítico ferrenho que nunca me abandona.
Ontem fui ao meu baile de formatura. Como convidada evidentemente. Fiquei feliz entre outras coisas por não ter gastado 500 reais numa coisa que certamente me deixaria frustrada, para não dizer um pouco enfurecida. O motivo não vou dizer aqui e se alguém envolvido ou não no caso desejar por acaso saber qual é a razão do meu comentário, aí sim eu vou soltar o verbo, no pior sentido da expressão. Mas é claro que tive a minha diversão: um excelente custo-benecífio para quem pagou entrada avulsa. Tirar dezenas de fotos, comer comida boa e claro me divertir um pouco às custas de pessoas que bem merecem. Vingança? Sim! E muito, muito, divertida... Ver o olhar perdido e desolado de quem já me encheu muito a paciência no passado é tão rejuvenescedor quanto os cremes da Lancôme. Acho que a única diferença entre pessoas consideradas cruéis e as boazinhas, é que as cruéis costumam dizer o que pensam. Freqüentemente coisas óbvias que ninguém tem coragem de comentar por receio ou excesso de educação. Felizmente eu não sofro dessa mazela. Ah, e outra coisa maravilhosa! Não poderia esquecer: homens de terno! Homens de terno para todos os lados! Comme, minha amiga, você precisava ter visto aquilo: é o paraíso! Deus existe!
O horrível é que no outro dia de manhã eu tinha prova para ingressar no centro de línguas da UECE. Acordei desnorteada, achando que tinha dormido só meia hora, com o cabelo duro de laquê e com vontade de matar a primeira pessoa que eu visse na minha frente. No caso a alma boa que é o meu namorado, que me agüentou o dia inteiro. Eu sou muito sensível a noites mal dormidas. E acordar cedo no sábado depois de menos de quatro horas de sono, para fazer prova de português é algo que ninguém merece, menos ainda eu. Assim, sem conseguir lembrar mais nem o que é um substantivo, me dirigi aos locais de prova, com a cara do diabo em dia ruim e sem ter tomado café (o diabo não, eu.).
Isso inaugura outra sessão de revolta matinal: Eu odeio interpretação de texto. Deveria haver um grupo no Orkut com essa temática. Tentando analisar por que eu sempre, sempre, me dou mal tentando entender o que os outros escrevem, lembrei algo que uma amiga me falou há longo tempo atrás - O seu problema é que você pensa demais! Quando for responder uma questão, marque uma resposta que você acha que um imbecil marcaria e certamente dará certo. - O problema é que imbecil não passa em prova de concurso, o que me fez descartar essa alternativa. Quem sabe fazer análise combinatória para decidir que letra marcar seja mais frutífero. Ou então lá vou eu com o meu pensamento relativista, tentando ser lógica só para ficar mais em dúvida. Exemplo:
O texto acima deixa claro que...
Pequena amostra do meu raciocínio ao responder a questão:
(Ei, espera aí, o que você quer dizer com deixar claro? Se você, professor infame, quer dizer que o autor diz em sentido literal alguma coisa, eu marco A, mas e se você, peste que se acredita ser capaz de dizer o que outro autor quis dizer quando escreveu, ou é médium e recebeu o espírito de Stanislaw Ponte Preta, quer dizer que pelo contexto se infere que, subtendidamente, o cara citado acima quis dizer determinada coisa X,aí eu marco letra D. Ah, que droga, eu não sei mais de nada! Vou chutar! )
Viram só! É por isso que não funciona. Interpretação de texto é um negócio que devia ser abolido, em homenagem aos escritores. Mesmo por que já teve coisa que eu escrevi e o leitor viajou na maionese, dizendo que eu, muito inteligentemente tinha querido afirmar isso ou aquilo com uma frase solene, que de longe chega perto do que eu pensava na hora. E olha que eu sou bem clara! (Clara, aqui, na acepção de dizer literalmente o que eu quero dizer.)
Com exceção de todas essas coisas desagradáveis, até que gostei da prova e quase fiquei triste por que não pude levá-la para casa e ler os textos de novo. Mesmo por que a prova estava mesmo muito engraçada, do tipo:
A figura de linguagem presente no parágrafo 1 é:
a) hipérbato
b) anastrofe
c) catástrofe
Catástrofe! O.o Nossa, eu sou do tempo que prova era uma coisa séria... Devia ter gente olhando para mim e perguntando quem era aquela maluca rindo no meio da sala de exames.
Além disso, ao sair ganhei uma vaquinha de pelúcia do meu namorado. E eu realmente aprecio vaquinhas,principalmente por que elas fazem "mu" e dão leite. Não corri o risco de mostrar o presente à minha irmã, que certamente o roubaria e o levaria para a sua cama, no bom sentido. Da última vez que ganhei algo assim, um cachorrinho de pelúcia, ela voou em cima do bichinho e gritando - Sebastian! - levou-o de mim para sempre. Hoje, o "Sebastian" vive confortavelmente no aposento dessa. E antes que a minha irmã chegue chamando a minha vaca de "Isadora" ou algo do gênero, achei melhor batizá-la de algo mais singelo, Milky-Chan talvez.
Bem, esse é o fim desse post, que por sinal é totalmente insano e desproposital apesar de comprido.
Ps: Laninha, vi algo que ia te deixar babando, uma cortina semitransparente com a Audrey em Bonequinha de Luxo impressa. Pena que ela custa uma nota e só é feita em um lugar do país, mas ficou realmente linda!
Espero que a fonte fique legível dessa vez..
